Diferentes
línguas e sotaques discutindo sobre sistematização. Isso resume o Encontro
“Olhar a prática: um exercício de reflexão” que aconteceu nos dias 14 e 15 de março,
na cidade de São Paulo. A equipe da Ação Educativa reuniu em sua sede representantes
de todos os polos da rede com o intuito de promover uma cultura de registro das
práticas docentes e construir coletivamente uma metodologia NEPSO de sistematização.
Numa primeira
etapa, os participantes foram divididos em pequenos grupos para analisar
registros de pesquisas realizadas em polos diferentes do seu de origem.
Posteriormente, os grupos apresentavam aos demais a análise feita, destacando
qualidades e possíveis lacunas, e cada integrante do grupo foi estimulado a
escrever uma devolutiva – carta apresentando aspectos positivos e pontos a
melhorar – ao autor do material. Ficou clara a diversidade de perspectivas de
como deve ser produzido um registro e a necessidade de definir um modelo que
defina critérios de documentação, sem interferir nas particulares de cada
local.
Foi então que
Cristina Meireles, coordenadora executiva da Casa 7 – Memórias e Aprendizagens*,
e especialista em sistematização, destacou os pontos citados em todas as
apresentações e orientou a elaboração de uma pauta comum de observação da
prática do docente pesquisador. Sob o lema “o que não está escrito, não
existe”, todos definiram o que deve constar nas sistematizações das
experiências no uso da metodologia NEPSO.
No segundo dia
de curso, os participantes foram novamente divididos em grupo, dessa vez com
seus companheiros de pólo, para analisar o próprio registro. Agora, com um
olhar direcionado e um parâmetro de análise, puderam examinar o documento de
maneira mais reflexiva, crítica e escrever uma devolutiva mais consistente ao
autor.
O Encontro foi um tempo de muita troca e
crescimento. Estimulou os participantes a refletir sobre sua própria prática e
observar a prática alheia com olhar generoso. Permitiu que as diferentes mentes
e culturas pensassem juntas para um mesmo propósito. Provou, mais uma vez, que a
aprendizagem é um constante processo de reinvenção. *Casa 7 – Memórias e Aprendizagens é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 2006, com a missão de contribuir para o fortalecimento da prática social e de seus atores pela via da valorização e articulação das memórias, aprendizagens e conhecimentos que dela derivam.
Por: Debora Teixeira
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