O NEPSO chegou na minha vida de
supetão. Fui abordada no corredor da escola, às vésperas da reunião e fui no
susto. Estando lá, comecei a pensar que “aquilo” seria uma chatice!
Mas, enquanto as palestrantes iam falando,
interagindo com o grupo de educadores, fui percebendo que talvez seria uma boa
oportunidade de aprendizado.
No final do dia - eu estava exausta - as palestrantes nos confiaram uma tarefa. “- Ah, a tal pesquisa
de opinião!”, pensei. E o tema era Bullying, quase chorei! Cansada, com o raciocínio lá
no pé, pensei em desistir, ainda mais quando olhei a pia cheia de louça, jantar
pra fazer, filho pequeno querendo atenção... De repente, o celular toca. Era minha amiga pedindo que eu fosse até sua casa. Larguei tudo e fui. Pensei: “-Por lá mesmo
faço minha entrevista”.
Entrevistei minha amiga, o marido
dela, a sobrinha, a filha e, por fim, o filho mais velho, J.V. Entre risadas e brincadeiras, a coisa ficou bem séria quando fiz a pergunta:
“Você já sofreu bullying?”. O jovem começou a chorar e relatar fatos horríveis
que vinham acontecendo com ele há algum tempo no âmbito escolar: perseguições,
ameaças, agressões físicas e psicológicas.
Conversei com os pais, mesmo a contragosto do menino que estava com medo. A mãe atribuía a mudança de comportamento de J.V. à chegada da irmãzinha, mas a situação era bem pior. O menino estava matando aula e havia desistido de estudar.
Que dia difícil! Voltei pra casa
e retomei meus afazeres, mas o pensamento era um só: que amanhecesse e eu
pudesse estar no curso e relatar o que havia acontecido.
Segundo dia de NEPSO, minha visão
e expectativa eram outras e reconheci que através daquele tempo (que não foi
perdido), tive a oportunidade de ajudar alguém que convivo há tanto tempo, mas
que de longe, não percebia o que acontecia. Através do "dever de casa" do NEPSO,
pude perceber, mais uma vez, que as
aparências enganam. Hoje o NEPSO faz parte da minha vida!